Conselhos Tutelares de Patos enfrentam alta demanda e riscos crescentes na proteção infantil

Presidente do Conselho Tutelar cobra maior intervenção das políticas públicas para proteger menores

Por: Gazeta do Sertão
27/03/2025 às 14h16
Conselhos Tutelares de Patos enfrentam alta demanda e riscos crescentes na proteção infantil

Os Conselhos Tutelares das regiões Sul e Norte de Patos, no Sertão da Paraíba, lidam diariamente com uma realidade alarmante: pelo menos oito casos de crianças e adolescentes em situação de risco. A presidente do Conselho Tutelar de Patos, Zilma Candeia, chamou atenção, durante audiencia pública realizada na câmara municipal de Patos, na noite da última quarta-feira (26), para a gravidade da situação e cobrou maior intervenção das políticas públicas no município.

Segundo Zilma, a vulnerabilidade infantil na cidade tem crescido de forma preocupante, demandando ações emergenciais, muitas vezes com apoio da Polícia Militar para resgatar menores em perigo.

"Precisamos urgentemente da intervenção das políticas públicas. A demanda por proteção infantil é gritante", destacou.

Ela também alertou que a divulgação de dados sobre essas ocorrências poderia gerar pânico entre os moradores.

"Se a população tivesse acesso às estatísticas, muitos teriam receio de deixar seus filhos brincarem em praças ou irem para a escola", afirmou.

Além disso, Zilma denunciou o risco enfrentado pelos conselheiros tutelares no exercício da função. Segundo ela, medidas protetivas são realizadas constantemente, exigindo ações discretas, como deslocamentos noturnos sigilosos para garantir a segurança de crianças e adolescentes. "Muitas vezes, precisamos sair de madrugada, escondidos, para assegurar a proteção de menores", revelou.

Outro fator alarmante apontado pela presidente do Conselho Tutelar é que Patos ocupa o segundo lugar no ranking estadual de violações de direitos infantojuvenis, superando até mesmo Campina Grande, um dos maiores municípios da Paraíba. "Isso é um reflexo de falhas graves, seja dentro das famílias ou na atuação das políticas públicas", lamentou.

Zilma enfatizou que a função de conselheiro tutelar vai além do aspecto financeiro, sendo uma missão que exige dedicação e comprometimento total.

"Ser conselheiro tutelar não é apenas um salário, é uma missão diária de risco e noites sem dormir. Trabalhamos 24 horas por dia, sete dias por semana", afirmou.

Diante desse cenário preocupante, a presidente do Conselho Tutelar de Patos faz um apelo por medidas concretas do poder público e da sociedade para atuar na proteção de crianças e adolescentes no município.