A paixão pela música pode se manifestar de diversas formas, mas para o professor patoense Flávio Franklin Ferreira de Almeida, de 47 anos, ela ganhou vida através de uma coleção impressionante de discos de vinil. Com mais de 1.100 títulos em seu acervo, Flávio guarda preciosidades nacionais e internacionais, além de histórias que remontam à sua infância, quando tudo começou.
O primeiro disco foi comprado na década de 1980, mas a influência veio antes, do seu saudoso pai, Francisco Fragoso. Flávio lembra que ouvia os discos do pai e, aos poucos, foi se apaixonando pelo som analógico. "Quando recebia dinheiro para o lanche na escola, eu guardava e juntava para comprar meus próprios discos", conta o professor universitário.
Hoje, quem visita a casa de Flávio se depara com um verdadeiro museu musical. São três toca-discos, incluindo uma radiola Panasonic de 1988, conhecida como "três em um" (rádio, toca-fita e toca-disco), que permanece em perfeito estado de conservação e funcionamento. Outra vitrola, mais moderna e compacta, fica na sala, pronta para tocar as raridades do acervo.
Fã incondicional dos Beatles, Flávio possui discos raros da lendária banda britânica, muitos deles prensados na Inglaterra na década de 1960. Além dos clássicos internacionais, sua coleção é um verdadeiro tesouro da Música Popular Brasileira (MPB). Nomes como Zé Ramalho, Os Novos Baianos, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Legião Urbana, Luiz Gonzaga, Tim Maia, Djavan, Elis Regina e Chico Buarque fazem parte do acervo, que também inclui artistas menos conhecidos, mas igualmente importantes.
Destaques como o disco de Amaury de Carvalho, com o hino de Patos, e o álbum da banda Blitz, que teve faixas censuradas durante o regime militar, mostram a riqueza histórica da coleção. No caso do disco da Blitz, as músicas censuradas foram arranhadas para impedir a reprodução, e a censura está registrada até na capa do álbum.
Para Flávio, os discos de vinil são mais do que objetos; são memórias, histórias e conexões com o passado. "Cada disco tem uma história, um significado especial. Eles representam momentos da minha vida e da cultura musical do Brasil e do mundo", afirma.
A coleção de Flávio Franklin é um testemunho de como a música pode unir gerações, contar histórias e preservar a cultura. Enquanto os vinis continuam a tocar em sua casa, a paixão do professor patoense pela música segue viva, inspirando todos que têm o privilégio de conhecer seu acervo.