O preço do ovo de galinha tem subido de forma constante nas últimas semanas e já tem impactado famílias no estado da Paraíba. Atualmente, o valor médio da bandeja no estado chega a R$ 22, chegando ao valor máximos 26 em alguns supermertcados e a tendência é de novos reajustes, segundo a Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB). O cenário preocupa tanto os consumidores quanto os varejistas, que enfrentam pressões nos custos e na oferta do produto.

De acordo com Cícero Bernardo, presidente da ASPB, o aumento no preço dos ovos está diretamente ligado à alta dos combustíveis, que encarece o transporte, e ao crescimento das exportações, que reduz a disponibilidade do produto no mercado interno. "O preço está subindo toda semana. Toda semana tem reajuste quando a indústria passa a tabela para a gente [supermercados]. E a tendência é essa", explicou.

A situação não se restringe à Paraíba. Em todo o Brasil, os preços dos ovos têm batido recordes. Na última semana, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, registrou o maior patamar diário da série histórica, com aumentos de até 40% em diversas regiões. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) aponta que a alta demanda e a oferta restrita são os principais fatores por trás dos reajustes constantes.

Marcio Milan, vice-presidente da Abras, destacou que o cenário deve se manter nos próximos meses, especialmente com a proximidade da Quaresma, período em que o consumo de ovos aumenta significativamente devido às restrições alimentares de fiéis católicos. "As empresas iniciaram o abastecimento das lojas para atender à demanda sazonal, mas a restrição na oferta e os aumentos de preços preocupam os supermercados", afirmou.

Além disso, os consumidores têm buscado os ovos como alternativa às demais proteínas, como carne e frango, que também enfrentam altas nos preços. Outro fator que pode influenciar o mercado é a nova regulamentação que entra em vigor em março, exigindo que ovos vendidos avulsos tenham informações como data de validade e registro do produtor impressos na casca. No entanto, a medida não deve impactar significativamente os preços.

Enquanto isso, outros alimentos, como hortaliças, legumas e frutas da estação, também podem sofrer aumentos nas próximas semanas, impulsionados pela onda de calor que afeta a produção. Itens como abobrinha, pepino e tomate já foram responsáveis por parte das altas nos preços dos alimentos em janeiro.