O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo e Gás Natural dos Estados da Paraíba e de Pernambuco (Sindipetro-PB), Omar Hammad, afirmou que o reajuste de 7,3% nos preços dos combustíveis, anunciado pela Petrobras e previsto para entrar em vigor a partir deste sábado (1º), “já chegou faz tempo” às regiões Norte e Nordeste. A declaração foi dada em entrevista nesta quarta-feira (29), em meio a preocupações sobre os impactos do aumento no bolso do consumidor e na economia local.
De acordo com Hammad, enquanto o reajuste da Petrobras é uma novidade para outras partes do país, as regiões Norte e Nordeste já convivem há meses com preços elevados devido à dependência de combustíveis importados, que chegam com valores ajustados pela alta do dólar e pelos custos logísticos. “Aqui, boa parte do produto vem de importações, que já estão com os preços reajustados. As refinarias locais, como a do Rio Grande do Norte, que atendem apenas 14% do mercado brasileiro, também já vinham ajustando seus valores há um bom tempo”, explicou.
O líder sindical destacou que, embora a Petrobras tente segurar os preços internos, os insumos vendidos para outras refinarias já são repassados com valores atualizados, refletindo a cotação do dólar e os custos internacionais. “O reajuste da Petrobras é mais um fator que pressiona o mercado, mas, para nós, ele só confirma uma realidade que já vivemos”, afirmou.
Hammad também alertou para os possíveis efeitos de um novo aumento nos combustíveis, caso ele ocorra em fevereiro. Segundo ele, o Sindipetro já foi questionado por órgãos de defesa do consumidor após o último reajuste, e um novo ajuste pode impactar atividades cotidianas, como o transporte e o abastecimento de veículos, além de reduzir o consumo de combustíveis. “Isso afeta diretamente o dia a dia das pessoas, que já estão sentindo no bolso os reflexos dos preços altos”, completou.
A situação exposta pelo presidente do Sindipetro-PB reforça as desigualdades regionais no acesso a combustíveis no Brasil. Enquanto o Sul e o Sudeste contam com uma rede mais robusta de refinarias e benefícios tributários, o Norte e o Nordeste dependem fortemente de importações, o que torna essas regiões mais vulneráveis às variações do mercado internacional e à desvalorização do real.
Com o novo reajuste da Petrobras, a tendência é que o preço dos combustíveis continue subindo em todo o país, mas, para o Norte e o Nordeste, o impacto pode ser ainda mais severo, agravando desafios econômicos e sociais já existentes. A população local aguarda medidas que possam mitigar os efeitos desses aumentos, enquanto o debate sobre a política de preços da Petrobras e seus reflexos regionais ganha força.